PROGRAMA DO CONGRESSO
O Congresso aconteceu no final de outubro/2018 em Lisboa - Portugal, e contou com uma programação ampla e ao longo de 2,5 dias, se falou sobre dislexia, últimas pesquisas em termos de diagnóstico, características, relação com outros transtornos, fluência na leitura, processamento visual, processamento auditivo e até autismo entrou em pauta. Com nomes que são referência em pesquisa na área tanto em Portugal como no Brasil, trouxe um apanhado de onde estamos hoje!
TEMAS ABORDADOS
LEITURA, FLUÊNCIA E COMPREENSÃO Durante o congresso foi reforçado o entendimento de que a leitura não é apenas a decodificação do texto escrito, ou a fluência neste processo. Ela envolve também a compreensão do conteúdo lido. A tecnologia tem trazido a possibilidade de parametrização dos testes de avaliação de leitura (fluência e compreensão), e consequentemente tornando os diagnósticos mais precisos e precoces. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Os temas abordados foram Transtorno Específico de Linguagem (TDL), Transtorno do Espectro Autista e Síndrome de Irlen. Nos 3 casos, existem características que podem gerar algum tipo de confusão, no entanto são todos excludentes, ou seja, quem é disléxico não tem também TDL ou TEA ou Irlen. O TDL traz um atraso de linguagem, na oralidade, que persiste por toda a vida, e que portanto podem gerar atrasos de aprendizagem, o que na fase inicial de escolarização pode se confundir com a Dislexia. Já o Autismo também pode apresentar dificuldade de aprendizagem, mas tem a comunicação e a socialização fortemente comprometidos. As dificuldades de aprendizado também podem aparecer somente mais tarde na vida escolar. A Síndrome de Irlen por sua vez tem como sintoma a distorção da forma impressa, o desconforto físico para ler, dificuldade com a fluorescência e pode ocorrer dificuldade de fixação visual. Com o uso de lentes adequadas há melhora significativa. PROCESSAMENTO FONOLÓGICO x APRENDIZADO A correlação entre a boa aquisição fonológica e o desenvolvimento do aprendizado, não apenas da leitura e escrita, mas do desempenho acadêmico como um todo, foi bastante reforçada. Os modelos de intervenção multidisciplinar aparecem de forma unânime tanto nas escolas como em clínicas/consultório, como a metodologia mais adequada para que essa boa base fonológica seja atingida. IDENTIFICAÇÃO PRECOCE Quase todos os palestrantes abordaram a importância da identificação e intervenção precoce, como forma de minimizar os prejuízos acadêmicos dos alunos com dislexia. Como a dislexia não é binária, a linha de corte entre se dizer que uma pessoa é disléxica ou um leitor fraco, é extremamente subjetiva. No entanto, ambos se beneficiarão de uma intervenção adequada, e o quão mais precoce melhor. Outro dado interessante é que a correlação entre dislexia e classe econômica não é significativa nos anos iniciais, no entanto, com o passar dos anos, pela falta de intervenção adequada para os disléxicos menos favorecidos economicamente, esse cenário se altera. PESQUISAS Um ponto levantado no congresso foi o baixo número de pesquisas relacionadas à dislexia na Área de Educação. A maioria das pesquisas atuais estão na Área da Saúde e avaliam principalmente o transtorno e seu diagnóstico. FINALIZANDO Foi muito importante perceber a parceria entre Portugal e Brasil na sensibilização e estudo da dislexia, permitindo além do intercâmbio de conhecimentos, uma mesma visão sobre a causa.
A NOSSA PARTICIPAÇÃO
O Programa de Apoio à Alfabetização da Domlexia, que usa o aplicativo no formato de game para fazer a alfabetização dos alunos do 1º ano do Ensino Fundamental saiu do IV Congresso de Dislexia em Lisboa com o Prêmio por Inovação na Educação. O reconhecimento por uma iniciativa que a partir de uma questão particular como a dislexia, trouxe uma solução que beneficia todos os alunos da sala de aula, independente de serem ou não disléxicos.
Na foto ao lado, Nadine Heisler (Domlexia), Mafalda Alves (Diretora da Dislex) e Sabrina Luz (Domlexia), com o Prêmio de Inovação na Educação.