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Quando um comportamento ruim esconde um pedido de ajuda









Quem nunca soltou um: “essa criança é terrível”!

Ou muitas vezes, depois de dar uma bronca, não pensou se não exagerou na dose.

E é importante pensar e refletir mesmo!


Nosso cérebro gosta de classificar as coisas, colocar cada atitude, cada comportamento em uma determinada caixinha, e isso até tem seu sentido, sua razão. São tantas as nuances e possibilidades do mundo, do comportamento humano, variáveis não faltam. Por isso tentamos achar as similaridades e já arranjamos um rótulo para colocar várias coisas numa mesma caixa.

É lógico que sem esse modelo talvez fosse impossível até fazermos um supermercado. Já imaginaram a seção de frutas misturada com a de bebidas? Classificar ajuda. Cores, carros, itens da casa, alimentos, tudo no seu lugar para facilitar.

Quando se trata de comportamento humano também seguimos a mesma ideia, muitos rótulos. Mas diferentes das coisas, os comportamentos não são estáticos, e além de variarem de acordo com o momento e o contexto, podem refletir situações não tão obvias.


Quando uma criança tem um comportamento que classificamos como inadequado, como não seguir regras simples, não ter limite, não respeitar os outros, inquietude, inabilidade social, dissimular ou mentir, fugir, se omitir, gerar enfrentamentos, muita coisa pode estar por trás.


A única certeza que temos é que tem algo que a criança está querendo demonstrar!


O mundo dos adultos é tão cheio de caixinhas e classificações que muitas vezes esquecemos de olhar o todo e simplesmente resolvemos o momento instantâneo, uma bronca, um castigo, um “criança terrível”.

Crianças não têm a maturidade e muitas vezes a capacidade de articulação para um pedido de ajuda objetivo e direto, diferente de um adulto que muitas vezes (mas aqui também, nem sempre) consegue expor o que está incomodando, o que está gerando desconforto.

Por trás de comportamentos ditos inadequados, podem existir razões diversas como um “simples” mau humor , pelo olhar do adulto, como também alguma questão emocional mal resolvida, um trauma, uma falta de limite, um sentimento de não pertencimento, uma falta de traquejo social e até uma dificuldade de aprendizado podem levar a criança para fora de sua zona de conforto.


Observar, conversar com calma são as melhores atitudes. Todo mundo, inclusive as crianças, têm uma história, tem uma narrativa a ser contata. São a soma das suas vivências e experiências.


Esse é um exercício que cabe ao adulto, um sinal de alerta que deve se acender, e antes de classificar em uma ou outra caixa, entender o momento da criança (filho ou aluno), acolher e buscar alternativas.


Nosso foco na Domlexia está nas dificuldades de aprendizagem e podemos com tranquilidade falar que é muito difícil para uma criança no início da sua vida escolar perceber que não consegue acompanhar aquilo que parece tão simples para os seus colegas.

Sua reação mais habitual não é pedir ajudar, expor sua falta de entendimento do conteúdo que está sendo ensinado. Ao contrário, ela tenta de todas as maneiras transpor aquela barreira, e se ela não consegue, esconde e disfarça. Já sabe, pressente que será julgada pela sua dificuldade.

Algumas querem simplesmente sumir, passar desapercebidas, sem exporem sua fragilidade. E sofrem sozinhas, quietinhas, tentando entender o que há de “errado” com elas.

Outras percebem que o “mau” comportamento tem uma certa popularidade no ambiente escolar e mais do que isso, puxa a atenção dos adultos classificadores para outra caixa. Não é uma boa caixa a do mau comportamento, no entanto aos olhos de muitas crianças ela parece mais confortável do que se expor em sua dificuldade de avançar na aprendizagem.


Crianças são curiosas, querem desvendar o mundo, desbravar. Sua falta de interesse na aprendizagem tem sempre uma outra fonte. E para saber qual ela é e poder apoiar de fato o desenvolvimento de todas as crianças, os adultos devem observar e ouvir sem filtros.

Assim, conhecendo a história e as experiências de cada um, podemos entender e ajudar!


Nadine Heisler Cofundadora da Domlexia

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